quinta-feira, maio 28, 2009

Cuidado





Viver de maneira intensa é sempre muito arriscado, mas sou assim. Gosto de desafiar o tempo, de me entregar, me envolver, ser sincera, confiar... Gosto de construir, em instantes, lembranças eternas.
Sofro, me machuco, me preocupo, me desespero... essa é minha essência, imutável!
Muitas vezes me dôo às minhas ilusões, aos meus sonhos, às minhas fantasias de menina... E meu 'final feliz' são os recortes que faço dos melhores momentos!
Erro sim, confesso. Minhas falhas são imensuráveis e quando procuro retificá-las, raramente tenho êxito. Porém, sou persistente e não me canso de tentar aprender com os insucessos.
Às vezes procuro viver de maneira perigosa! Fecho os olhos para aquilo que não quero ver apesar de ter conhecimento da existência.

“ A porta cerrada
não abras.
Pode ser que encontres
o que não buscavas
nem esperavas.”
Lidar com a realidade é meu maior obstáculo. O medo chega a me paralisar, me sinto tão desprotegida, tão vulnerável que as saídas encontradas nem sempre são as mais indicadas. Ora me escondo atrás das pessoas que eu amo seguindo seus conselhos, ora seleciono o que quero que seja real, distorcendo a verdadeira identidade dos fatos.
Todavia, todas essas pseudo-soluções são simples passatempos. Servem apenas para anunciar o que já está explícito. Não adianta fugir. Para que evadir para outro mundo se quando retorno, a história não é feita apenas por minhas mãos?! Isso é adiar o sofrimento, ou melhor, vivê-lo gradativamente, em doses homeopáticas, a longo prazo.
Até quando vou insistir nesta inocência romântica de que há o tal “felizes para sempre”?
Talvez, se eu não levasse tudo tão a fundo, sem ser criteriosamente correta, não me martirizaria tanto. Só assim, quem sabe, me libertaria desta aversão a ser independente e a arcar com as consequências de minhas, realmente minhas, escolhas de maneira consciente e equilibrada.

domingo, maio 24, 2009

O ano passado



Vejo tudo se repetindo...
O passado insiste em retornar, os erros persistem, as buscas são sempre as mesmas e é cada vez mais difícil mudar.
Estamos sempre pensando no que já vivemos. Em quanto nossa imaturidade nos proporcionava momentos felizes. Tudo era motivo para dar risada e comemorar. Não existia responsabilidade. Não havia com o que se preocupar.
Este ano, procuro, incessantemente, deixar tudo igual ou pelo menos dar continuidade àquela época inesquecível. Corro atrás de algo que já até perdi de vista. Encontro-me em encruzilhadas e sigo rastros incertos...
“Embora sepultos, os mortos do ano passado
sepultam-se todos os dias.
Escuto os medos, conto as libélulas,
mastigo o pão do ano passado.”
Minha alma requer mudança, meu EU solicita viver o presente.
Ater-me ao passado é ter medo de conhecer um mundo novo. É enxergar as fronteiras como limites... Daí, onde seria um ponto final para alguns surgiria uma folha em branco na qual novas personagens entrariam em cena.
Não adianta fingir que as coisas continuam iguais. O tempo tem a característica de estar sempre renovando, atualizando os sentimentos, as idéias, as pessoas, as situações. Um amor, diante do passar dos anos pode crescer, se desgastar, acabar e, até mesmo, adormecer. Contudo, como era antes, nunca mais será.
As transformações são inevitáveis. Por mais que não notemos, a linha do tempo só nos deixa duas alternativas: evoluir ou regredir. E é válido deixar claro que, diante do progresso alheio, quem fica estagnado pertence, respectivamente, aos que estão inclusos na segunda opção.

Os ombros suportam o mundo



“Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.”
Quisera eu que 'esse tempo' fosse findo! Dias difíceis que nos levam a pensar em desistir pois as soluções não estão ao alcance de nossos dedos...
No jornal: criminosos viram celebridades. Nas revistas: a dor de uma tragédia transforma-se em espetáculo. Nas escolas: a prática de atos violentos demonstra a 'hierarquia dos mais fortes'. Nas ruas: pessoas clamam por um 'prato de comida'. Nas noites: meninas viram mulheres ao venderem seus corpos...
A questão é: por que, logo hoje, isso tudo me encomodou tanto?
Será que eu acordei mais sensível esta manhã?
Acredito que não!
O fato é que tudo isso tornou-se tão banal, tão comum, que assustador seria assistir um noticiário sem assassinatos, corrupções e tudo isso que já está 'inerente' ao nosso cotidiano.
Na verdade, me dei conta desses acontecimentos hoje porque eu QUIS ENXERGÁ-LOS. Desta vez, diferente das demais, quando uma criança me pediu uma moeda eu não fingi que ela não existia. Não disfarcei, não olhei para o outro lado como se não houvesse ninguém falando comigo. Eu a ENCAREI e por mais que eu tenha tido uma atitude errada em dar a ela a 'tal moeda', pela primeira vez eu tive a dúvida de como resolver o problema daquela e de inúmeras crianças que se encontram na mesma situação! Sim, eu senti necessidade em fazer algo, em reagir, em mudar esta triste realidade.
“Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.”
Duro, frio, ríspido o pensamento de Drummond, não?
Sim. Só que mais apavorante ainda é descobrir que inúmeras pessoas não reconhecem que também pensam assim. Que também jogaram tudo para o alto e simplesmente deixaram a vida os levar! Que deixaram de sentir o peso nos ombros pelo fato de estarem calejados e construíram uma resistência a tudo e a todos!
“Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou o tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificações.”
O caos está estampado em nosso dia a dia. No entanto, temos que somar forças e lutar para que a vida possa se assemelhar ao mundo idealizado que sonhávamos quando crianças...


Covardia? Deixemos-na apenas para os egoístas!

domingo, maio 17, 2009

Enigma



Mais 24h que se vão, assim como o vento leva uma folha que cai da árvore no outono! Só que estas '24 horas' as quais me refiro, foram mais intensas, mais subjetivas! Reencontros, recordações e até revelações! Os velhos amigos, mas nunca amigos velhos, estavam, como há muito não acontecia, reunidos.
Uns já são pais, outros são profissionais bem sucedidos, alguns renunciaram a carreira dos sonhos para investir em ideais mais 'lucrativos'… Todavia, não poderiam faltar aqueles que continuam do mesmo jeitinho, apesar de uns fios a mais de cabelos brancos!
São tantas histórias para contar que a impressão que temos é que o tempo não quer colaborar com aquele momento que, durante as dificuldades dos dias árduos de convivência diária, parecia que jamais se concretizaria. Além das narrativas particulares, o que não faltavam eram os casos de quando estivemos ali, durante anos, lado a lado, uns dos outros.
Achávamos tudo tão difícil, tão monótono, tão banal, que só depois, depois da dor da ausência, da saudade que insistia em nos perseguir, da realidade atual, das 'relevantes' dificuldades, que percebemos que éramos, sim, felizes e não sabíamos!
Passado este dia maravilhoso, comecei a refletir sobre tudo isso... Sobre a nossa alma, sobre a subjetividade humana. É impressionante a capacidade que temos de analisar os acontecimentos extremamente simples de maneira complexa. Às vezes temos de um tudo para sermos felizes e insistimos na busca pelo sofrimento. Todos nós temos uma dualidade em nossa essência. Contudo, cabe a cada um saber qual desses princípios iremos alimentar. A partir de agora, resolvi que este meu embate estabelecido entre problema e solução se tornará mais ameno, pois decidi alimentar apenas aquilo que me faz bem. Afinal, aprendi que a gente só deve sofrer por aquilo que vale a pena.
“Faço e ninguém me responde
esta perguntinha à-toa:
Como pode o peixe vivo
morrer dentro da Lagoa?”

sexta-feira, maio 15, 2009

Quadrilha



“João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.”
Parece engraçado, não?
Mas é a nossa vida! Por diversas vezes abrimos mão de tudo por alguém e este 'alguém' nem sabe reconhecer. Deixamos nossos ideais, nossos sonhos por uma pessoa que ama outra pessoa ou que não ama nem a si mesma.
Será que vale a pena arriscar tudo por... nada? Seria tão fácil se Teresa amasse João ao invés de amar Raimundo! Talvez se isso tivesse acontecido João não teria ido para os Estados Unidos e Teresa não estaria em um convento!
Deveríamos conseguir enxergar o que realmente nos faz bem. As pessoas que nos amam de verdade. Tudo seria mais simples. Evitaríamos muitos sofrimentos, ou melhor, estaríamos acompanhados por aqueles que sentem o desejo de somar em nossa vida. Gente que nos ajudaria a superar o desgaste de um dia cansativo, de um problema familiar, de uma doença grave... Gente que nos valorizasse e nos mostrasse o quanto somos importantes e que, somos sim, somos significantes!
As vezes nos prendemos tanto a uma idéia - que ainda nem tem raízes, que perdemos a noção de que existem mais pessoas ao nosso redor. EXISTEM OUTRAS VIDAS ALÉM 'DAQUELA' VIDA! Complicado, não? Pois é... É nosso dilema: saber reconhecer quem quer o nosso bem e retribuir de maneira semelhante.

segunda-feira, maio 11, 2009

As sem razões do amor



“Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.”
As vezes me pergunto por que, quase sempre, amamos a pessoa errada?
Parece um carma! Vivemos sonhando com um amor perfeito, um amor completamente idealista e utópico. Um sentimento para vida inteira, ou melhor, algo que transpasse os limites desta vida. Entretanto, vez ou outra nos deparamos com pessoas que não se encaixam em nenhum desses conceitos. Que são o oposto do que procurávamos... Gente que sequer nota o que realmente sentimos e, se notam, continuam agindo como se não soubessem...
Como explicar isso? Como compreender esse nosso desejo por aquilo que não nos pertence?
“Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e regulamentos vários.”
Pensando melhor... o amor não tem que ser 'resolvido'! Afinal, não estamos tratando de uma equação matemática. Este sentimento não se encontra na objetividade, numa questão de múltipla escolha. É algo nobre que ACONTECE. Tudo bem que as vezes nos surpreendemos com nossas paixões. Paixões um tanto quanto... diferentes. Amores platônicos que nos levam a regressões temporais, envolvimentos levianos, atitudes impulsivas... “eu te amo porque te amo.”
Assim: sem 'porques'.
Não existe uma fórmula do que é amor, do que é amar, do "eu amo" e do "eu sou amado". Nós, simplesmente, sentimos... Confesso que inúmeras vezes demoramos a perceber o que realmente se passa... mas uma hora acontece aquele boom e pronto: ENTENDEMOS.
“Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.”

sexta-feira, maio 08, 2009

Resíduo



Talvez a memória seja nossa maior fonte de sofrimentos.
As recordações agradáveis trazem junto saudades. As indesejáveis nos fazem sofrer mais uma vez...
Nada nem ninguém que passa por nós parte sem deixar, sem acrescentar alguma coisa, e com certeza, também muito de nós é levado. Uma dor, uma gíria, um momento, uma descoberta, um sonho construído. Sempre restam resquícios do que foi vivido...
As vezes dizemos convictos: 'nem lembro mais dele'. Que mentira! Podemos não gostar da mesma forma que antes, mas isso não quer dizer que deletamos tudo o que percorremos junto a este alguém.
Um grande amor deixa vestígios. Uma mágoa, marca. Uma situação propicia alguns sinais. Uma experiência resulta em indícios, e de uma desilusão sobram apenas rastros...
Pedaços do que se foi. Nódoas de um passado... Somos constituídos disto: do que rememoramos!
“(...) Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.”

quinta-feira, maio 07, 2009

Pra viver um grande amor



“É preciso abrir todas as portas que fecham o coração.
Quebrar barreiras construídas ao longo do tempo,
Por amores do passado que foram em vão.
É preciso muita renúncia em ser e mudança no pensar.
É preciso não esquecer que ninguém vem perfeito para nós!
É preciso ver o outro com os olhos da alma e se deixar cativar!
É preciso renunciar ao que não agrada ao seu amor...”
Viver um grande amor exige muito de nós. Paciência, compreensão, confiança, cumplicidade, humildade...
Como é difícil abrir mão daquilo que gostamos de fazer! Seria tão bom se pudéssemos conciliar as coisas. Os amigos e a pessoa amada, o futebol e a novela, a cerveja e o 'chá das cinco', o vestido curto e os olhares na rua, a festa e o filme, os pais e o horário de chegar em casa... Só que não é possível. A vida é cheia de opções: um ou outro... E o difícil mesmo é estarmos preparados para arcar com as consequências de nossas escolhas.
“Que nunca te arrependas pelo amor dado!
Faz parte da vida arriscar-se por um sonho...
Porque se não fosse assim, nunca teríamos sonhado!
Mas, antes de tudo, que você saiba que tem aliado.
Ele se chama TEMPO... seu melhor amigo.
Só ele pode dar todas as certezas do amanhã...
A certeza que... realmente você amou.
A certeza que... realmente você foi amada.”

Hipótese



“E se Deus é canhoto
e criou com a mão esquerda?
Isso explica, talvez, as coisas deste mundo.”
Hoje, quando acordei, me dei conta de que, apesar de tudo, ESTOU VIVA!
Vivemos uma constante perda... pessoas queridas se vão... e lembranças ficam.
Talvez não tenha sido a intenção de Drummond, neste verso, falar de morte... mas eu quis interpretar desta maneira. Porque é a ferida mais latente que tenho neste momento...
Perdi um amigo muito querido. Mais que isso, um irmão!
Um jovem que tinha o coração maior que o universo... mas o mundo não soube reconhecer seu valor. Um adolescente que só queria desfrutar, de maneira inocente e ingênua, os momentos e as pessoas...
Sequer teve tempo de dizer adeus! De declarar, explicitamente, seu amor por quem ele realmente AMAVA!
A família; nós, os amigos; os conhecidos... a cidade inteira parou e imóvel, tentava compreender o que havia acontecido! Por que ele? Dentre tanta gente ruim, sem alma, sem coração, sem sede de ser feliz... Por que ele?
Minha vida, e de muitos outros, ficou ausente de progressos após a sua ida. Não havia mais porque prosseguir! Pra que lutar, pra que cativar pessoas, qual o motivo de correr atrás de um sonho se, caso alcançado, não pudermos nem sentir o gosto da vitória?
Todavia, quem sou eu pra questionar os desígnos de Deus!
A minha vida, mesmo que desfalcada, segue adiante.
Ele nunca nos deixou... e a única certeza que tenho é que um dia iremos nos reencontrar.
Não busco mais entender o porquê das coisas. Estou me desfazendo de um antigo conceito o qual revela que para toda pergunta existe uma resposta. Não procuro mais respostas, somente aceito e tento aprender, no meio de tanta infelicidade, algo que me transforme em um ser melhor.
A você, Mayron: saudades e inúmeras lembranças!!!

Conselho de um velho apaixonado



Será que é amor?
Quem nunca se fez essa pergunta?
Vivendo e aprendendo... Será que aprendemos mesmo?
E se na verdade aquela idéia de que cada experiência é única for verdadeira?
Não interessa, o importante mesmo é ter sensibilidade para detectar os detalhes. Para se dar conta, nas atitudes mais simples, do quanto alguém se preocupa com você.
Existem pessoas e pessoas. Umas se entregam mais, gritam para o mundo o que sentem. Já outras, essas são mais introvertidas, sentem, mas não demonstram com palavras! O difícil é saber entender a intenção de cada um...
O coração acelera, os olhos brilham intensamente, os pensamentos estão sempre voltados para um certo alguém. O perdão é substituído por uma demonstração qualquer de carinho. A cumplicidade faz-se presente. A beleza do amado encontra-se além do estereótipo... E o tempo torna-se flexível...
Ah... mas de que adianta termos essa receita inteirinha se por diversas vezes não nos deixamos envolver? Sim, o orgulho fala mais alto. A prepotência é soberana. O sentimento de posse transforma indivíduos em objetos. O medo torna os corações frios! Estamos mais arredios. Procuramos cada vez mais o individualismo, sermos totalmente independentes de quaisquer relações humanas...
É uma pena, porque não há nada tão maravilhoso quanto ter pessoas afáveis ao nosso redor... Portanto “preste atenção nos sinais. Não deixe as loucuras do dia a dia o deixarem cego para a melhor coisa da vida: o AMOR!!!”

Oficina irritada



Pobre Drummond, quisera passar despercebido por este poema! O que ele não imaginava é que no caos em que vivemos, o desespero, a desilusão, a ira e até mesmo o repúdio são as principais temáticas de nossa existência.
Tem dias em que tudo está errado! O que se há de fazer? Talvez canalizar estes pensamentos, essas vontades, as indignações em algo produtivo? É uma opção plausível. Escrever ameniza a dor, o sofrimento. Pode ser uma maneira de reagir diante de tudo que nos desaponta.
A passividade as vezes é assustadora! Vemos, todos os dias, situações, fatos absurdos, e aí... não fazemos nada. Sentimos apenas aquele pesar, aquela repugnância introspectiva que não ultrapassa os limites do EU ACHO.
As ideologias são lindas... e? Vamos continuar olhando-as apenas como utopias? Vamos prosseguir com a sensação de que concordar com os discursos competentes nos fazem melhores e, pronto?...
Drummond, Drummond, Drummond... agora entendo porque você criou este poema “duro, como poeta algum ousara escrever.”

quarta-feira, maio 06, 2009

Cidadezinha qualquer



A vida pacata das cidades do interior assusta quem não está acostumado com um cotidiano tranquilo. Nestes lugares, o dia começa mais cedo, portanto não há aquela luta massacrante com o relógio. As pessoas não precisam ser contorcionistas para se encaixarem nos intervalos de tempo. No campo, mais especificamente, não há uma programação certa do dia a dia pois, na maioria das vezes, cada um é patrão de si mesmo e o que não deu pra ser feito hoje, fica pra amanhã…
Na ‘cidade grande’, não. Os funcionários que se atrasam são demitidos. Afinal: a fila de desempregados espera ansiosa que mais um volte a fazer parte dela! O dia é segmentado, fragmentado e dividido infinitas vezes. Horário de almoço, reunião, hora extra, hora do rush, happy hour… Aff, até eu me cansei! Preciso respirar…(risos).
“Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar… as janelas olham.”
… E como olham…
Talvez o que mais incomode nesta vida pasmaceira é o tempo ocioso. Pois é. A falta do que fazer leva os habitantes destas localidades mais lentas à busca por uma ocupação. E este povo que parecia ser tão calmo, sereno… tem uma criatividade! Eles fazem da vida alheia uma verdadeira reportagem investigativa!
Entretanto, voltamos ao ponto de partida. Afinal, seja nos centros urbanos tumultuados ou nos municípios e vilas sossegados: a vida, independente da forma, continua… Na verdade, o que importa mesmo é respeitar as culturas e tipicidades de cada região e VIVER!!!

No meio do caminho





Uma, duas, três... várias pedras! Nossa vida é cheia de obstáculos. Superamos um e logo nos deparamos com outro! Nossos caminhos não são sempre retas onde podemos visualizar, claramente, o que existe à frente. Vez ou outra passamos por estradas desconhecidas, curvas... Sem falar em infortúnios que frequentemente dificultam a caminhada.
Todavia, o que não podemos é perder a coragem sem ao menos tentar. Sim, há uma pedra no meio do caminho, mas estagnar, se deixar vencer por isso, não é a melhor opção. É preciso reverter a situação, buscar soluções, não desanimar... pois se a pedra por ali permanecer, há de haver outros meios.

Memória



Passamos grande parte de nossas vidas buscando o amor... 
Mas não basta ser amado! É preciso amar também. O problema é esse: encontrar alguém que corresponda aos nossos sentimentos. Alguém que ame com a mesma intensidade com que EU amo. Uma pessoa que sinta, que viva, que pense, que se entregue de maneira similar a minha.
“Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não.”
Às vezes o que parecia simples torna-se incompreensível e o que antes era um sonho transforma-se na mais cruel realidade.
“As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão.”
Daí, passamos a ver nossos ideais escapando por entremeio aos nossos dedos e a desilusão toma conta de nossas almas...
Contudo as perdas existem justamente para isso: para aprendermos a dar valor aos momentos felizes que já tivemos, às pessoas que julgamos importantes e essenciais em nossas vidas, às nossas conquistas, vitórias... Afinal: “...as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão.”

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