quinta-feira, novembro 05, 2009

A hora do cansaço



A cada instante que se passa tenho mais certeza de que meu pai sempre esteve certo: “a vida é feita de ilusões”.
O homem se encanta com aquilo que está diante de seus olhos, que lhe parece perfeito, cômodo, confortável e útil. Estamos sempre buscando algo pronto, acabado! Queremos sempre um amor pra vida inteira, um 'felizes para sempre', uma convivência familiar sem turbulências, uma amizade sem decepções, uma profissão que não tenha desgastes.
Procuramos sempre o caminho mais curto, mais acessível. Esperamos que a vida venha e nos entregue de bandeja todos nossos sonhos, bem lapidados. Almejamos viver só o lado bom das coisas.
“As coisas que amamos,

as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.”
Nosso erro está em idealizar demais, em acreditar em uma felicidade plena, em um companheiro que seja sempre firme, correto, ímpeto, onipotente...
“Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.”
Acredito sim que possamos ter momentos intensos de alegria ou, quem sabe, positivamente falando, estar de bem com a vida grande parte do tempo - com muito jogo de cintura, é claro!
Entretanto, é preciso buscar tudo isso, correr atrás, passar pelo mar revolto, enfrentar tempestades, perder batalhas e não desistir para, quem sabe, caso a guerra também não seja ganha, termos, pelo menos, a certeza de que FOI FEITO tudo o que era possível!
“Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.”

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