segunda-feira, outubro 26, 2009

Infância



Ainda me lembro, como se fosse ontem, de dias que não voltam mais.
Minha mãe: se ausentava durante o dia pois levava saber e proporcionava conhecimentos a seus alunos. Mas à noite, mesmo cansada, esgotada, vestia seu melhor sorriso para embalar-me com suas histórias que nunca chegavam ao fim.
Meu pai: sempre atordoado, rodeado de pessoas, de afazeres e de carinho e zelo para girar um pião de madeira com meu irmão e criar as vozes mais engraçadas de minhas bonecas. Até hoje, quando fecho os olhos, consigo ouvi-las.
Minha avó... Ah minha vovozinha! Dividia seu tempo milimetricamente, contando rotineiramente cada segundo, tentando equacionar minhas peraltices de menina e a tranquilidade de meu irmão.
Tempos saudosos, lembranças prazerosas em serem revividas... Época em que não havia preocupações.
Quisera eu ter a consciência, naquele tempo, do quanto era gostoso assistir TV com a vovó, dormir abraçadinha com a mamãe, chegar em casa e tocar teclado para o papai e ficar contando os azulejos das paredes com meu irmão.
“Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.”
Quisera eu... reconhecer todo o sacrifício que meus pais sempre fizeram para nos proporcionar o melhor e usar, raras vezes, a palavra NÃO.
Hoje vejo como é difícil transfigurar-se de alegria após um dia cansativo. Sei como é custoso dividir o tempo para agradar e fazer-se presente na vida de todos que amamos. Tenho consciência de quanto é complicado correr atrás de nossos sonhos e, pior ainda, vê-los tomando novos rumos e proporções - tudo para agradar as pessoas que nos cercam e que têm um significado realmente relevante para nós.
Contudo, nunca é tarde para que o reconhecimento venha. Nunca é tarde para gritar para o mundo: QUE A FAMÍLIA É O QUE A GENTE TEM DE MELHOR! Nunca é tarde para aprender que a vida deve ser VIVIDA INTENSAMENTE.
“E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.”

9 comentários:

Felipe Braga disse...

Nossa, que intenso!
Senti muita falta de você aqui no blog.

Queria dizer tantas coisas pro meu pai. É pena que só tomei consciência disso agora...

Beijos.

H L disse...

até que enfim vocÊ voltou!
*-*
saudade enorme de teus textos...
demora a postar não! =/

bjos,
^^

o texto?
lindo como sempre.

.

Edna Lima disse...

E como é mais bonita!
Gostaria tb de deixar belas lembranças sentimentais pra minha neta e filhos.
Canalizei minha vida pra isto.
Ainda bem, voce voltou com este belo texto, já estava com saudades. Bjs da conterrânea . Edna

Bárbara O. dos Santos. disse...

Olá.
Passiei por alguns esboços e cores,e achei você por lá.
Caramba adorei muito seu post!
A forma como escreve é tão clara e envolvente.
Perce que eu vivi sua história,só pelas palavras escritas.
Divino.*_*
Parabéns!

=***

Camila disse...

ahh que liindo *--* nossa que saudades de você, estava completamente sumida!

beijos e não suma mais :D

GiovannaMoser disse...

Lembranças *-*

Marina disse...

Ahhhhhhhh que lindooooooooo!

Família é o que tenho de mais valor tbm, incluindo as amizades q tenho assim como a sua.

Bjo, minha tantãozinha!!!!!!!!!!

Raquel Borsari disse...

Lindo! Emocionante...textos assim nos permitem voltar no tempo, dar até para sentir o cheiro do café que minha mãe fazia cedinho! Que delícia é viver! O tempo é o senhor da vida, temos de aprender a aproveitar cada instante de nossa vida e fazer com que ele seja prazeroso, até mesmo nos momentos de dificuldades. E com toda certeza sua história é a mais bonita, pois tem vc!
Um beijo amiga do meu coração.
Raquel Borsari

Aninha disse...

Inspirador!!!!
Como todos os seus textos... Que saudades daki!

Espero q meu filhos tenham boas lembranças de mim assim ;)

Bjao

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