domingo, março 21, 2010

Amar



Depois do abraço de despedida me senti incompleta.
Não sei se foi ele quem levou uma parte de mim ou se sou eu que preciso me adaptar com o que ele deixou!
Sei que serão longos 5 meses pela frente.
Dias de inquietação, desconforto, lágrimas e, no final de tudo, a saudade.
“Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
Amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?”
A vida muitas vezes nos coloca em prova. Quando tudo parece estar bem, somos submetidos a novos desafios.
Não se engane leitor! Não é falta de amor, nem um término de namoro! É apenas um sonho antigo que somente agora pôde respirar a doce e cruel realidade.
“Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
Amar o que o mar traz à praia,
e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?”
Conto, mais uma vez, com a complacência do tempo que se estica e encolhe diante dos olhos. O tempo as vezes parece ser elástico.
Dias e dias não têm a mesma duração! Alguns eu nem percebo ter vivido, passam como certas estações: primavera/verão. Já outros, ah estes outros, parecem durar muito além daquelas convencionais 24h.
“Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.”
Os passos lentos... o olhar, pausado, para trás... me fizeram perceber a grandiosidade do amor... do amor RECÍPROCO!
“Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.”
Apesar da ausência, da distância, dos dias de sofrimentos que estão por vir, não há maior dádiva que o amor correspondido!
“Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.”
Seja como for, agradeço a Deus por ter você e lhe sou grata pelo sentimento construído e hoje solidificado.
O que nos aguarda? Não sei... Só posso dizer que até então: "VALEU A PENA!"

sexta-feira, março 12, 2010

Mudança



“O que muda na mudança,
se tudo em volta é uma dança
no trajeto da esperança,
junto ao que nunca se alcança?”
Tão difícil tomar decisões. Complicado deixar situações que nos são cômodas e arriscar, ousar, jogar tudo para o alto e resolver 'respirar novos ares'.
Há alguns dias meus caminhos têm me colocado em encruzilhadas.
Amo o jornalismo e sou muito feliz na empresa onde trabalho. Amigos ETERNOS. O ambiente é agitado, típico da profissão, mas os companheiros de jornada são minha segunda família. Pessoas que me fazem sorrir, me deixam à vontade para ser eu mesma. Alguns já tomaram novos rumos... porém nunca são esquecidos. Penso que mais cedo ou mais tarde, um a um seguirá por outras estradas... Isto é incômodo só que ao mesmo tempo é prazeroso... Saber que novas portas se abriram para eles me conforta!
Diante disso, a minha vez também irá chegar. Talvez a oportunidade dependa apenas de nós mesmos.
Há 5 anos moro longe de meus pais. A vontade de estudar mais, a curiosidade de conhecer outras realidades, os projetos a dois de um relacionamento, tudo isso me amedronta porque o sentimento se divide.
Tenho uma dificuldade muito grande em abrir mão das pessoas que amo e o receio do que está por vir me assusta.
'E se eu estiver perdendo a chance de aproveitar ainda mais os momentos felizes e intensos com meus pais?'
São muitas as dúvidas...
'E se não der certo? Se eu não conseguir me adaptar?'
É tão bom ouvir a voz de minha mãe, meu pai, minha avó, ao telefone. Melhor ainda é saber que se eu quiser encontrá-los é só seguir por aqueles já conhecidos 88 km.
É gratificante chegar na redação e olhar aqueles rostos que me dão segurança, contar com os ombros que por diversas vezes suportaram o peso de minhas decepções. É bom 'ser feliz' na minha rotina que não tem nada de MONÓTONA!Todavia chega um momento em que temos a necessidade de alçar vôos, buscar novos horizontes, aprender a conviver com as doces lembranças e torcer para que estas recordações possam ser revividas como nos velhos e bons tempos!

sábado, março 06, 2010

A casa do tempo perdido



“Bati no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade; a outra metade são cinzas.”
Fragmentos, retalhos, pedaços de nós mesmos que ficaram no PASSADO – esta divisão que o homem 'estupidamente' insiste em desvincular do PRESENTE E DO FUTURO, como se cada um destes 'tempos' fosse independente... como se 'hoje' não fosse fruto do 'ontem' e causa do 'amanhã'.
Uma música, um episódio em comum, uma fragrância, uma fotografia no fundo daquela caixinha de recordações... de RECORDAÇÕES! Esta simples palavra carrega tanta história, traz consigo vidas que já se foram mas que remanescem em lembranças pétreas.
Porque as vezes dá aquela vontade do colo de mãe. Sentimos a ausência daquele amigo com quem demos boas risadas e não podemos sequer telefonar ou ir visitá-lo... pois não sabemos o caminho do paraíso nem o telefone do céu!
E por mais que o tempo passe – com o atropelar dos dias – posso garantir a você que, principalmente no dia 9 de cada mês, vou continuar olhando para aquela cadeira e esperando você se sentar. Vou ouvir, dançar e cantar todas as músicas que você gravou e me deu como se você também estivesse OUVINDO, CANTANDO E DANÇANDO COMIGO.
Porque EU NÃO QUERO TE ESQUECER... e nem conseguiria...
“Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando
pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolve
minha ânsia de entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.”
… só queria ter tido tempo de dizer a você o quanto amava nossa amizade, a admiração que tinha por você, a minha vibração - mesmo estando longe - diante de suas conquistas...
Só que eu errei: Por mais uma vez eu acreditei no FUTURO e tudo que eu poderia ter lhe dito em um PRESENTE, agora são apenas desilusões do PASSADO!
(Ao amigo Mayron que, infelizmente, não se encontra mais entre nós: "...porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim...")

segunda-feira, março 01, 2010

Poema que aconteceu



“Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens ficaram calados
domingo sem fim nem começo.
A mão que escreve este poema
não sabe o que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse.”
… Talvez a mão não ligasse mesmo, nem sonhasse, tão pouco se preocupasse com o que as janelas comentarão, com o que os olhos dirão.. indiferente aos sussurros...
Porque chega uma hora em que pouco importa...
Não tenho que ser exemplo para ninguém, apenas estar bem comigo mesma – com minha consciência.
Tenho sim, meu lado conservador, meu lado menina e, talvez, uma essência de mulher. Mas isso não implica, necessariamente, na obrigatoriedade de viver restritamente aquilo que a sociedade impõe.
As vezes é difícil para mim, aos 21 anos de idade, segmentar minha vida e controlar minhas atitudes entre imagem e identidade.
Querendo ou não, e por mais que a personalidade seja uma característica marcante, algumas opiniões interferem de maneira fundamental em nossas escolhas e até em nossas concepções.
Mas tem dias... tem dias que só queremos viver!
Viver intensamente!
Sem pretensões... agir assim: impulsivamente.
É bom ter histórias para contar. Ainda mais se forem construídas ao lado de pessoas que amamos INCONDICIONALMENTE!

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